skip to Main Content

Cnidaria (Fragmento)

Cnidaria (Frammento)

Spazi
prima di tutto
unici colori
abitabili
edificati
in un quasi alto
in una quasi
direzione
non interno
spazi
scivolano
di millimetri
enormi
quanto non possono
schiacciano

Rosso
si riprende
le correnti
le mangia
compatto
appena sopra
il bianco
l’uscita ultima
non d’emergenza
piatto
elabora
parti insignificanti
ne fa cumuli
e poi
spazi

Grigio
scorre
sale lungo l’uscita
una parete
l’ha riempita
appeso all’acqua
al cemento
un blocco calmo
caldo
grigio
non lampeggia
parla
guide opache
in direzione
esterno
parla

Giallo
fiorisce
per meno
luce
si dirama
la mangia
solo quanto basta
sembra nero
ripreso
dall’acqua
giallo
ancora spegni
dicendo

Nero
stendendosi
tutto superficie
piatto
pellicola
misurata in corpi
scivolando
in metri
a partire
dall’alto
solo per noi
angoli
uscite
in trasparenti
strappi

Digerita
una volta
alla seconda
è diventata
roccia
acqua pesantissima
a fondo
precipitata
– masticala
tu
diceva quello
in alto
– corallo
pensava
ancora
corallo

Mille tentacoli
e mille bocche
un’immagine di quiete
bagnate anche le
ultime case
– non vedi la distruzione? –
chiedo
Non
l’abisso risponde
srotolandosi
ma il pigmento
rosso
delle alghe
Siamo
tra una luce
e l’altra
la superficie
e la sua rete

 

Laura Accerboni, Il prima e il dopo dell’acqua, Torino, Einaudi, 2024.

 

 

Cnidaria (Fragmento)

Espaços
antes de tudo
únicas cores
habitáveis
edificados
num quase alto
numa quase
direção
não interno
espaços
deslizam
milímetros
enormes
quanto não podem
esmagam

Vermelho
recolhe
as correntes
come-as
compacto
logo acima
do branco
a saída última
não de emergência
plano
elabora
partes insignificantes
amontoa-as
e depois
espaços

Cinza
desliza
sobe ao longo da saída
uma parede
encheu-a
pendurado na água
no cimento
um bloco calmo
quente
cinza
não pisca
fala
guias opacas
em direção
externo
fala

Amarelo
floresce
por menos
luz
ramifica-se
come-a
só o necessário
parece preto
retirado
da água
amarelo
ainda apaga
dizendo

Preto
estendendo-se
todo superfície
plano
película
mensurada em corpos
deslizando
em metros
a partir
de cima
só para nós
ângulos
saídas
em transparentes
rasgos

Digerida
uma vez
na segunda
tornou-se
rocha
água pesadíssima
no fundo
precipitada
– mastiga-a
tu
dizia aquele
em cima
– coral
pensava
ainda
coral

Mil tentáculos
e mil bocas
uma imagem de calma
molhadas também as
últimas casas
– não vês a destruição? –
pergunto
Não
o abismo responde
desenrolando-se
mas o pigmento
vermelho
das algas
Somos
entre uma luz
e outra
a superfície
e a sua rede

 

graduated in Fine Arts from UNICAMP (1998) and worked as a designer and teacher. In 1997, she received the Uma Professora Muito Maluquinha award from Melhoramentos publishing house. Since 2006, she has lived in Italy, where she works as a translator and is completing her undergraduate degree in Languages and Foreign Cultures at UNIPG. As a writer, she has contributed to collective publications of short stories and poetry, the most recent being the short story anthology Antropocenas (2024). She won the Mapa Cultural Paulista award with the short story Lucicleide na Janela (2004) and published the novel Memorial das Flores (2015).

Issue #07
1. Jogo, acaso, crime: notas em torno de um puzzle
2. Além de Mesão Frio
3. ARQUImarivar-TE // Tempo e Espaço
4. spell
5. esmagar, pisar, comprimir é um gesto que demora
6. É boa a terra do lugar-comum: Joyce e Rui Nunes, in medias res
7. I Edição do M’illumino d’immenso – Prêmio Internacional de Tradução de Poesia do Italiano para o Português
8. Os trajes e os corpos
9. Cnidaria (Fragmento)
Back To Top