Que raio de barco atravessa que raio de mar a caminho de que raio de porto? (II)
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Que raio de barco?
Será o barco verdadeiro? Ou quanto mais poético, mais verdadeiro?[2] Será assim O Holandês Voador? Ou O Holandês Errante? Será assim o também errante Rachel, que voltando em busca dos seus filhos perdidos salva o que sobra do Pequod? E outros barcos? Talvez mais reais? O Santa Maria, La Niña e La Pinta, em assalto ao Novo Mundo. O Mayflower, com uma utopia a bordo. O HMS Beagle, à volta do mundo: da velha Plymouth à Nova Zelândia. Muito antes, da foz do Guadalquivir, saíam a nau Trinidad, a Santiago, a Concépcion, a San António e a Victória. Já sem Fernão de Magalhães, morto nas Filipinas, apenas a nau Victória e 18 dos 240 homens regressavam da primeira viagem de circum-navegação. Mais tarde, Napoleão desaba sobre o mundo. O imperador dos franceses manda atravessar a península ibérica. Mas o final do outono é de tempestade. A marcha sobre Lisboa é feita de fome, esgotamento, dilúvio.[3] Chegado à capital, El-Rei Junot fica a ver navios. Do Cais das Colunas saíra a nau Príncipe Real, a Rainha de Portugal, a Príncipe do Brasil, a Afonso de Albuquerque, numa armada com um reino em fuga. Ao mesmo sítio, no prelúdio de um verão quente, chega um imperial porta-aviões: USS Saratoga – que farei eu com estes barcos? Como tudo isto se vai desenrolar não sei. O destino impele-me para o desconhecido e eu bem o mereço.[4] O que fazer quando o espumoso mar encrespa, quando o inferno está vazio e os diabos aqui![5] Apareçam, fogos-de-santelmo! Apareçam, acessórios das catástrofes: tempos pesados e muito calmos, céus acobreados, céus cor de chumbo, céus de ébano, raio de sol pálido nas ondas cor de cicuta, icebergues, tromba, maelströms, recifes, destroços, ondas de fundo, canoas desamparadas, garrafas ao mar.[6] Cemitério marinho, maior do que todos os da terra juntos. Com destino a Nova Iorque, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevideu, o paquete Veronese não passou de Leça da Palmeira. Na fronteira do Atlântico com o Douro um rapaz descobre a morte com os náufragos do Deister, sugados de corpo inteiro pela sofreguidão de águas doces e salgadas.[7] Desse vapor alemão apareceram em terra alguns destroços: carrinhos de linha, envelopes, fardos de papel e cinco bandeiras que talvez tenham seguido os cadáveres para os amortalharem. Eram pedaços da pátria que em terra estranha os vinham beijar, numa carícia de mãe compungida, alucinada ao saber dos filhos mortos.[8] Mais a sul, o Reijin, com destino à Irlanda, matou uma pessoa. O “Titanic dos automóveis” encalhou com uma carga de 5436 carros – jantes, escovas e autorrádios deram à costa durante anos. O Bolama está a 130 metros de profundidade, entre o cabo Raso e o cabo Espichel. Afundou em silêncio, sem S.O.S., e lançou inquéritos, teorias, reportagens, acusações. E o anónimo veleiro fotografado em naufrágio iminente? Naufragou? Será um navio fantasma? Será qualquer navio um fantasma à procura do milagre? Talvez. Certo é que todos os navios são de loucos. Germe semeado no mar. Um pedaço flutuante de espaço, um lugar sem lugar, que vive por si mesmo, que é fechado sobre si e é, ao mesmo tempo, entregue ao infinito do mar.[9] O fim, mais tarde ou mais cedo, liga todos os barcos numa armada incontável. Poucos horizontes trazem tamanho medo, mas talvez só no mar nos seja concedido morrer verdadeiramente, morrer como nenhum homem pode.[10] Porém, primeiro, vamos meter uns copitos no buxo. O céu pode esperar.[11] Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos, / ou erro pelos cais a que se atracam botes.[12] Presos para não irem água fora. Presos como ele.[13] Entro então em todas as tascas, bares, bordéis. O céu pode esperar mais um pouco. Bebo e danço com outros fantasmas. O de C., o de M., o de Y., o de I., o de V., o de E., o de T.. Etcetera.[14] Todas as letras. Letras repetidas até. Deslumbrantes, no porto anterior. Ao longe os barcos de flores[15] estão à deriva – a canoa do amor / foi-se quebrar de encontro ao quotidiano.[16] Mas para o amor temos tempo. Já tarde, no bar Solaris, a Campo de Ourique, / bebi vinhos, licores, dancei toda a noite / em concisa e exacta estroboscopia.[17] Terminei (mas os fantasmas não têm fim) no Titanik, danado, condenado. Está cumprido. Madrugadas: mil hipóteses, mil desafios, still a ship never sailed on your sea.[18] Outros barcos navegaram outros mares. Navios negreiros traficaram escravos entre continentes. Caravelas dobraram cabos e passaram tormentas. Barcos de piratas saquearam naus. Fragatas afundaram outras fragatas. Baleeiros e atuneiros pescaram em mares inquietos. Transatlânticos esbarraram a meio da rota e nunca chegaram ao porto de destino. Navios expedicionários quebraram o gelo ou quebraram no gelo. Cargueiros perderam contentores pelo caminho e petroleiros derramaram o crude no mar e na costa: Amoco Cadiz, Deepwater Horizon, Exxon Valdez, Prestige. Um outro, vindo do Golfo Pérsico, foi encalhar ao Castelo do Queijo: Jacob Maersk. Terminava os seus dias um petroleiro de 262 metros de comprimento, com uma tripulação de 32 elementos, que custara 800 mil contos em 1966 (não nos atrevemos sequer a imaginar o seu custo nos dias de hoje). Encontrava-se seguro pelo Consórcio Lloyd’s de Londres, enquanto as ramas petrolíferas que trazia a bordo, avaliadas em cerca de 30 mil contos estavam seguras por várias Companhias, algumas das quais portuguesas.[19] Ficou a ponta de um iceberg enferrujado. Na infância e na memória. O navio dos teus sonhos? Imortal? Que raio de barcos são estes que viajam com todo o peso a bombordo – sobre o lado esquerdo? Há sempre um rapaz triste / com lágrimas nos olhos / em frente a um barco.[20]
Que raio de mar?
No seu lugar pôr um relâmpago.[21] When I look for the lightning it never strikes. When I look away it does.[22] Na tempestade que surgiu, / Só o leme do barco destroçado veio dar ao poema.[23] Tudo vai dar ao poema nesta terra de poetas: mensagem na garrafa, lançada ao mar na convicção – decerto nem sempre muito esperançada – de um dia ir dar a alguma praia, talvez a uma praia do coração.[24] E na praia do meu coração sopra o vento da separação.[25] Que vento é esse? Quem sabe se o Zéfiro, à flor da terra. À deriva, pedimos protecção aos quatro ventos. Sem conseguir distinguir o progresso da tempestade da tempestade do progresso. Aqui, o Angelus navega com o vento em popa. Que os ventos não te iludam, são traiçoeiros. À vontade não é à vontadinha… Quero dizer, adagio ma non tanto.[26] No quadro azul lia-se: In manu Domini sunt omnes finis terræ. Não encontro a origem. João e Deus saberão. Fica o fim: finis terræ: terra / sem uma gota / de céu.[27] Os relatos de naufrágios também começam sempre com ventos favoráveis. Depois, o pranto e a grita que a gente fazia punha tanto medo que nos parecia acabarmos logo, e todos pegados com os crucifixos e retábulos que levavam, abraçando-nos com eles, pedindo a Nosso Senhor perdão de nossas culpas e pecados.[28] Capitães e pilotos, missionários e crentes, mães e filhos fazem promessas a um céu / sem uma gota / de terra.[29] Durante séculos, muitos atravessaram o mar com febres, múltiplas infecções. Outros foram presos às correntes. Carregamos um passado funesto e silencioso, mas a verdadeira história é a dos gritos[30] e o quadro de Vieira da Silva / sobre a história trágico-marítima / é muito bonito / mas morrer afogado / é horrível.[31] Há marinheiros hoje que não se afogam. Desintegram-se, quando muito. Atravessam o largo cosmos, / infatigáveis no trabalho / como quem dá brilho ao fecho / de uma porta aberta.[32] Universo sem uma gota de centro. Tudo pode ser lançado para o espaço: sinais de rádio, códigos binários, naves, satélites, cães, chimpanzés, carros eléctricos. Navegam-se mapas sem cantos e recantos. Nem quatro nem dezanove. E depois? Subsistem alguns enigmas. O amor: declaram-se venais os tribunais / e vãos, de não saber em que consiste.[33] Como explicar numa fórmula? Uma Joana para cada João, / nunca se sabe o que eles farão.[34] Ou então: só te posso dar a minha sombra.[35] É Dafne, a dizer o que todas as mulheres te disseram. O amor é assim, assombra. Vai e vem. As velhas da praia vociferam, porém, que não voltas. São loucas! São loucas![36] Cessa, musa antiga. Cessa de te mortificar em vão, e de procurar um amante que não voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em França rodeado de prazeres, que não pensa um só instante nas tuas mágoas, que dispensa todo este arrebatamento e nem sequer sabe agradecer-to.[37] De ti nem sequer uma carta de amor, uma carta vulgar recebi, para acalmar minha dor.[38] Cartas portuguesas, quem as não tem? Sigo para o sul, outras águas me chamam. Ressuscitamos crónicas navais. No nosso mar, soberbas naus cruzam-se com balsas e jangadas. Dezenas de mortos e desaparecidos em dois naufrágios.[39] Itália recusa desembarque de 629 migrantes e pede a Malta que os acolha.[40] Lampedusa, Stromboli, Sicília! Continuam magníficos cenários, agora com barcos por entre / o arquipélago instável dos corpos.[41] No mar cor de vinho[42] boiam até dar à costa. Vêm de África. Vêm da Ásia. Vêm da Mesopotâmia também. O que é a Mesopotâmia?[43], pergunta o rapaz. Terra entre o Tigre e aquele grande rio Eufrates, sobre o qual o sexto anjo derramou a sua taça.[44] Apocalipse segundo Ana. Animais de patas para o ar flutuam no Curso Superior do Ganges e na Nazaré. Era assim: Os odres eram feitos de pele de cabra. A pele era tirada inteira, isto é, apenas cortada nas patas e na cabeça. Cosiam-lhes as pontas das patas e apenas ficavam com uma abertura no pescoço para se poder encher de ar.[45] Jangadas de odres atravessam rios também em Trás-os-Montes. Numa barca uma mulher vestida de preto parece fugir com a sua cabra, ainda viva. A barca tem remos, quase inúteis contra as visíveis correntes. Invisíveis correntes são as da doença, da febre. Mas com que sonhos se debatia! Com que estado febril![46] O rapaz, outra vez. Sempre adoentado e com as lágrimas nos olhos – chora muito prá a idade. Na manga leva um lenço de pano. Como a sua avó. Cuidado com a aragem do mar, ainda te constipas, filho, vai para dentro. / E é o que tenho feito até hoje. Ir para dentro.[47]
Que raio de porto?
Eu vim de longe, de muito longe.[48] Trago novas palavras e lavoura arcaica para esta terra. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.[49] Gente ousada, os vedados términos quebrantas.[50] Com fé em Deus e no Rei de Portugal e dos Algarves, novos mundos ao mundo vais mostrando. Esta epopeia apresenta um tom grandioso e eloquente. Depois, a eloquência transformou-se em grito. Mas muitos continuaram por aí espalhados. Da Bahia a Santiago, dançando lambada, samba, semba, tufo, batuku, tabanka, funaná. Em Lisboa marcham. No Niassa e noutros barcos foram alguns mandados pra longe, pra muito longe:[51] Luanda, Lourenço Marques, Pidjiguiti. Massacraram, foram massacrados. Continuam hoje a massacrar, a ser massacrados. Até morrer o último de cada lado. Será sempre assim, enquanto houver balas: é brutal. Eu ouvi-as: / perde-se a tesão por um século.[52] No cais ficam as mães, namoradas, madrinhas de guerra a acenar. São de guerra as barcas novas / ao mar deitadas com homens.[53] Longo adeus, até ao meu regresso. Difundem-se mensagens pelo Natal, enviam-se recordações para a metrópole. Dia da mãe! Dia da “santa” de todos os filhos! À minha lhe ofereço esta foto, com muito amor. Seu filho, Luanda, 8/12/71. Circulam mais cartas portuguesas, aerogramas, lenços bordados. Olá amor estás boã ou quê pênço que sim! Recebi duas tuas boas cartinhas e vou dar resposta a elas. Com respeito à minha saúde vai porreirinha mas queria saber que cor são as tuas calcinhas. Missivas carregadas de súplicas vãs. Febre postal. O desejo alimenta-se com as próprias fomes[54] e beijos escritos não chegam ao destino, são bebidos pelos fantasmas durante o caminho.[55] Todavia, as cartas continuam a ser lançadas. De cá para lá. Nha cretcheu, meu amor – A carta que te levaram chegou bem? / Não tive resposta tua. / Fico à espera. / Todos os dias, todos os minutos.[56] Há castigo maior do que não ver a cativa / que me tem cativo?[57] Marinheiro, desterrado, soldado, operário: o que dizem os teus olhos? Tam doentes da partida, / tam cansados / tam chorosos, / da morte mais desejosos / cem mil vezes que da vida.[58] Não tardes em me aparecer, que morro por não morrer.[59] Cem mil cigarros não chegam para passar o tempo que nos separa. Quem vai embarcar, que vá degredado… / As penas do amor não queira levar…[60] Acrescente-se isto ao seguinte regimento: Dom philippe per graça de Deus Rei de Portugal e dos algarves da quem e dalem mar em Africa senhor da guine e da conquista navegação e comercio de Ethiopia. Arabia. Persia e da India eu: faço saber que eu mandei ver o Regimento que o Rei Dom Sebastiam meu sobrinho que Deus tem mandou fazer do modo em que os degredados avião de ser tracidos das cadeas das cidades. Villas. e conselhos do Regno a esta cidade de Lisboa e como avião de ser embarcados, e levados a cumprir seus degredos.[61] O Encoberto deixou-nos para sempre com uma punição por cumprir. Seja na Índia, Tarrafal, Paris, Fontaínhas, o mundo! Todos juntos, degredados por esta costa de África da vida.[62] Há barcos para muitos portos, mas nenhum para a vida não doer, nem há desembarque onde se esqueça[63] – a recordação vai estar com ele aonde for.[64] Só podíamos acabar assim, um povo triste. Muito triste, mesmo lúgubre. Sempre prontos, todos, a ver tudo a negro, a esperar coisa melhor e sem esperança de alcançá-la, sempre desencorajados. Sempre abatidos e sempre com a tentação no corpo de tirarmos a vida.[65] A mentira tem perna curta e a dor não tem mesmo porto, como se vê. Sicilianos de todos os países, uni-vos! A terra já pouco treme. Navegantes sem amos, um dos nossos padroeiros flutua, desmembrado. Também São Vicente, guardado por dois corvos. Todos os mares vão dar a Lisboa, fatalmente. Cidade branca, triste e alegre. Dama que tem de ser engatada com muito jeito, nada de pressas, nada de deitar a mão antes do tempo.[66] Mas quando é o tempo de deitar a mão? Passam os tempos vai dia trás dia, / incertos muito mais que ao vento as naves.[67] E os corvos, o que farão? As gaivotas aguardam as devoluções / do mar. Belos, desterrados abutres.[68] E lá, o Porto. Cidade cinzenta, onde as pessoas estão, ao mesmo tempo, mais enraizadas e mais solitárias.[69] Raio de porto: destino internacional, cidade liquidada. Do mar, cortes desordenadas de fantasmas enchendo todo o horizonte[70] vêm talvez para nos recordar que podem tirar a cidade da neblina, não tirarão a neblina da cidade. E tu, retido neste porto mutilado, vê como aí não há lugar / Que não te mire: precisas mudar de vida.[71]
[1] Nuno Bragança, Directa
[2] Novalis, Fragmentos
[3] Raul Brandão, El-Rei Junot
[4] Friedrich Hölderlin, Hipérion
[5] William Shakespeare, A Tempestade
[6] Robert Desnos, A Liberdade ou o Amor
[7] Ruben A., O Mundo À Minha Procura
[8] Jornal Comércio do Porto, 5 de Fevereiro de 1929
[9] Michel Foucault, “De espaços outros”
[10] Herberto Helder, “Os comboios que vão para Antuérpia”
[11] João César Monteiro, O Último Mergulho
[12] Cesário Verde, O Sentimento dum Ocidental
[13] Maria Judite de Carvalho, Tanta Gente, Mariana
[14] e.e. cummings, “a minha velha querida etcetera”
[15] Camilo Pessanha, “Ao longe os barcos de flores”
[16] Vladimir Maiakovski, “Poema póstumo”
[17] António Franco Alexandre, “rosencrantz, episódio dramático”
[18] Smog, “Spread your bloody wings”
[19] Artur Loureiro, “A tragédia do «Jacob Maersk»”
[20] António Reis, “Há sempre um rapaz triste”
[21] Luís Miguel Nava, “Ars poetica”
[22] Paul e Marlene Kos, Lightning
[23] Maria Gabriela Llansol, Onde Vais, Drama-Poesia?
[24] Paul Celan, “Alocução na entrega do Prémio Literário da Cidade Livre e Hanseática de Bremen”
[25] Jorge Silva Melo, Agosto
[26] J.S. Bach, BWV 1016
[27] Carlos de Oliveira, “Infância”
[28] “Relação do naufrágio da nau «Conceição» de que era capitão Francisco Nobre, a qual se perdeu nos baixos de Pêro dos Banhos aos 22 dias do mês de Agosto de 1555. Escrita por Manuel Rangel, o qual se achou no dito naufrágio e foi depois ter a Cochim em Janeiro de 1557” in História Trágico-Marítima
[29] Carlos de Oliveira, “Infância”
[30] Raul Brandão, El-Rei Junot
[31] Adília Lopes, “6 poemas”
[32] Luiza Neto Jorge, “Recanto I”
[33] António Franco Alexandre, “Não tem nome nenhum esta figura”
[34] Paulo Rocha, A Ilha dos Amores
[35] João César Monteiro, Vai e Vem
[36] Amália Rodrigues, “Barco negro”
[37] Mariana Alcoforado, Cartas Portuguesas
[38] Tony de Matos, “Cartas de amor”
[39] Jornal Público, 3 de Junho de 2018
[40] Jornal Público, 10 de Junho de 2018
[41] Rui Nunes, Lampedusa
[42] Homero, Odisseia
[43] António Reis e Margarida Cordeiro, Ana
[44] Apocalipse, xvi, 12/Ruy Belo, Aquele Grande Rio Eufrates
[45] Octávio Lixa Filgueiras, “Remanescentes de formas de navegar pré-romanas em uso no noroeste peninsular”
[46] António Reis e Margarida Cordeiro, Ana
[47] Armando da Silva Carvalho e Maria Velho da Costa, O Livro do Meio
[48] José Mário Branco, “Eu vim de longe”
[49] Pero Vaz de Caminha, “Carta a El-Rei D. Manuel”
[50] Luís de Camões, Os Lusíadas (Canto IV)
[51] José Mário Branco, “Eu vim de longe”
[52] Fernando Assis Pacheco, “As balas”
[53] Fiama Hasse Pais Brandão, “Barcas novas”
[54] Emmanuel Lévinas, Ética e Infinito
[55] Franz Kafka, “Carta a Milena” [Praga, final de Março de 1922]
[56] Pedro Costa, “Carta de Ventura”
[57] Luís de Camões, “Endechas a Bárbara escrava”
[58] João Roiz de Castelo-Branco, “Senhora, partem tam tristes”
[59] Teresa de Ávila, “Vivo sem viver em mim”
[60] Camilo Pessanha, “Ao meu coração um peso de ferro”
[61] Regimento dos Degredados [de 27 de Julho de 1582]
[62] António Nobre, “Longe de ti, na cela do meu quarto”
[63] Fernando Pessoa, [Carta a Mário de Sá-Carneiro, 14 de Março de 1916]
[64] Kaoma, “Lambada”
[65] Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, Sicilia!
[66] Paulo Rocha, Verdes Anos
[67] Sá de Miranda, “O sol é grande, caem co’a calma as aves”
[68] António Osório, “Gaivotas”
[69] Paulo Rocha, “Entrevista de Jean-André Fieschi e Jean Narboni, Cahiers du Cinéma, nº 183, Outubro de 1966”
[70] Raul Brandão, Os Pescadores
[71] Rainer Maria Rilke, “O torso arcaico de Apolo”
nasceu na cidade do Porto em 1985. Em 2010 concluiu o mestrado em Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Em 2017, na mesma instituição, defendeu a sua tese de doutoramento. Procura desenvolver trabalho teórico e artístico que promova o diálogo entre literatura, som e cinema.