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“Não é permitida a saída de flores”

 

À saída do cemitério
entrei numa loja de arranjos e costura
e deixei o meu casaco
para poder
ainda vivo
usá-lo novamente
composto

 

 

27 de abril. Voltei ao Cemitério do Prado do Repouso. Pergunto-me por que razão limpam diariamente as flores ou velas postas na campa erigida por Henriqueta. Devia ter perguntado à senhora do cravo.
Hoje não fotografei.

 

nasceu em Castelo Branco em 1987. Vive em Lisboa desde 2005. Passou por São Paulo entre 2017 e 2019. Tem exposto e publicado regularmente desde 2006. É artista visual, intérprete e poeta. Acredita que as couves dormem sem manta.

Número #05
1. Um gesto onde se abriga a cinza: esboços para Rui Nunes
2. Do Donbass a Hiroshima: Paisagens Traumáticas, Paisagens de Monstros
3. Rebanho e multiplicação
4. Platitudes 3 (excerto)
5. Can u listen?
6. este cinema desdobrado em ossuário
7. NÍNIVE
8. Tapeçarias
9. “Não é permitida a saída de flores”
10. QUARANTIME LOVE
11. Incipit. Scree. Explicit.
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