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os olhos nas mãos, a cabeça no coração

 

Diogo Marques (Texto e Paratexto)
João Santa Cruz (Som e Programação)

 
 
O projeto os olhos nas mãos, a cabeça no coração foi apresentado pela primeira vez no contexto do IV Seminário Musas em Acção (26 de outubro de 2023, casa comum, Reitoria da Universidade do Porto), sob forma de ‘comunicação-performance’.

Nessa sua primeira instanciação, um ciberpoema de natureza (re)combinatória e multimodal dialogou durante cerca de vinte minutos com (re)leituras entre-cortadas de obras consideradas fundamentais numa potencial exploração multidisciplinar da noção de corpo (feminino) e respetivas transformações operadas sobre este no eixo indivíduo-tecnologia-sociedade.

Na construção do ciberpoema, trabalho com vocabulário extraído da obra de Monique Wittig, O Corpo Lésbico, publicado pela primeira vez em 1973 e que, lamentavelmente, ainda não conhece edição em Português Europeu. Potencialmente infinitas nas suas (re)combinações, estes vocábulos procuram ganhar vida e existência concreta no contacto intermedial com uma maquimanipulação de A Noiva de Frankenstein, película de James Whale, de 1935. A cada toque no ecrã, uma camada sonora vai-se sobrepondo à leitura, quebrando o ciclo e adicionando ruído retroativo.
 
 

 
 
Nas (re)leituras, enxertaram-se excertos das seguintes obras:
 

Aimé Césaire, as cited in McKenzie Wark. 2020. Reverse Cowgirl. South Pasadena, CA: Semiotext(e).

Bini Adamczak, as cited in McKenzie Wark. 2020. Reverse Cowgirl. South Pasadena, CA: Semiotext(e).

Donna Haraway. 1988. ‘Situated Knowledges: The Science Question in Feminism and the Privilege of Partial Perspective’. In Feminist Studies, Vol. 14, No. 3 (Autumn, 1988), pp. 575-599.

Donna Haraway. Um Manifesto Ciborgue. 2022. [2016] Trad. Ana Maria Chaves. Lisboa: Orfeu Negro.

Kathy Acker. 1988. Empire of the Senseless. New York: Grove Press.

McKenzie Wark. 2021. philosophy for spiders: on the low theory of kathy acker. Durham and London: Duke University Press.

McKenzie Wark. 2020. Reverse Cowgirl. South Pasadena, CA: Semiotext(e).

Paul B. Preciado. 2020. Testo yonqui: Sexo, drogas y biopolítica. Barcelona: Anagrama.

Paul B. Preciado. 2020. Yo soy el monstruo que os habla: informe para una academia de psicoanalistas. Barcelona: Anagrama.

Simone de Beauvoir. 1956 [1953]. The Second Sex. Trans. H. M. Parshley. London: Jonathan Cape.

Vanessa Place, as cited in McKenzie Wark. 2021. philosophy for spiders: on the low theory of kathy acker. Durham and London: Duke University Press.

Virginia Woolf. 2003 [1995]. Orlando. Hertfordshire: Wordsworth Classics.

 
 
Considero que estes textos-corpo se constituem como ‘ex-citações’, feminino plural de excitar, do latim excitare, ‘chamar para fora, fazer sair; despertar’, significando hoje, enquanto verbo transitivo, o ato ou efeito de incitar, estimular, acelerar, exaltar, mas também, de irritar ou provocar.

Sempre que sublimados, resumem-se a dois temas essenciais: amor e desejo – dimensões in-exatas da vida: da carne à pedra. da pedra à carne. a estátua de pigmalião e a esposa de lot. ventre e tumba. opacidade e transparência. visão e toque. fala e gesto. têxtil e tátil. tela e pele. apolo e dionísio. ciência e arte. nó e limiar.

São, pois, operações, no sentido de operar, de dissecar, de autopsiar. Um possível teatro anatómico: a partir do seu centro, testemunha ocular (do grego autoptes), o investigador-criador performatiza uma autópsia, que é o mesmo que dizer, um exame atento de si mesmo. O ato de excrever (l´excrit) que, para Bataille, será sempre com, e não sobre, o grito (le cri).

Ficam abaixo ex-citados, estes textos, entre-tecidos, tal qual manta de retalhos, seguindo a distribuição (des)orden(h)ada pela máquina às 18:35, do dia 25 de outubro de 2023.
 
 

***

 
Na diferença entre amar e desejar, amar implica uma proximidade que a distância não consensual do desejo ainda não permite. Amo? Ou desejo? Talvez as explicações da máquina não consigam nunca amar com as implicações que a vida contém. O corpo torna-se aquilo que deseja, e aquilo que deseja é produzido pela técnica. Numa dança entre corpo e tecnologia, o todo nem sempre é maior do que as partes.
 
“O feminismo funciona, ou pode funcionar, como um instrumento de normalização e controlo político quando reduz o assunto a ‘mulheres’. Por trás da aparente neutralidade e universalidade do termo ‘mulher’, esconde-se uma série de vetores de produção e subjetividade: sexo, raça, classe, sexualidade, idade, capacitação, diferenças geopolíticas ou corporais, e assim por diante.” (PBP)
 
“Sempre houve monstros a definir os limites da comunidade nas imaginações ocidentais. Os centauros e as Amazonas da Grécia Antiga estabeleciam os limites da pólis central do macho grego humano através da sua ruptura do casamento e das poluições fronteiriças do guerreiro com a animalidade e com as mulheres. […] Os monstros ciborgues da ficção científica feminista definem limites e possibilidades políticas muito diferentes dos propostos pela ficção mundana de Homem e Mulher. Um corpo ciborgue não é inocente; não nasceu num jardim; não busca uma identidade unitária […], para si, a ironia é um dado adquirido. Um é pouco demais, dois é apenas uma possibilidade.” (DH)
 
“Entre as térmitas, a gigantesca rainha, sobrenutrida e pondo até 4.000 ovos por dia até se tornar estéril e ser morta sem dó nem piedade, não é menos escrava do que o macho relativamente pequeno que a corteja e a fecunda com frequência. Nos ninhos de formigas matriarcais e colmeias, os machos são economicamente inúteis e mortos em momentos específicos. Na época do voo nupcial das formigas, todos os machos emergem com as fêmeas do ninho; aqueles que conseguem acasalar com as fêmeas morrem de imediato, exaustos; aos que restam, não lhes é permitido pelas operárias reentrarem no ninho e acabam por morrer de fome ou são mortos. A fêmea fecundada tem um destino sombrio; ela enterra-se sozinha no solo e frequentemente morre enquanto põe os seus primeiros ovos, ou, se consegue fundar uma colónia, permanece enclausurada e pode viver entre dez a doze anos, produzindo continuamente mais ovos. As operárias, fêmeas com sexualidade atrofiada, podem viver por vários anos, mas as suas vidas são em grande parte dedicadas a criar as larvas.” (SB)
 
“Alguns de vós leram demasiado Georges Bataille no final dos anos oitenta. Deixaram-se levar um pouco pelo lado sagrado do ritual erótico. Às vezes eram só mesmo mamíferos a acasalar.” (MKW)
 
“Serão os corpos biológicos produzidos ou gerados no mesmo sentido que um poema? Desde os primeiros sinais do Romantismo no final do século XVIII, poetas e biólogos passaram a acreditar que a poesia e os organismos são parentes próximos. Frankenstein pode ser lido como uma meditação sobre esta proposição.” (DH)
 
“Marx ficou um pouco perplexo quando verificou que as operárias de fábrica se assemelhavam a rapazes com mãos calejadas. Mas talvez mesmo no trabalho de fábrica, tenha havido uma nova possibilidade para o corpo: mulheres e homens subordinados às mesmas máquinas não é realmente progresso, mas é diferente de mulheres subordinadas a homens. Talvez o conceito de tecnologia exija outro género e outra erótica.” (MKW)
 
“Hoje em dia, fala-se muito de masculinidade tóxica. Toxina, de toxion, neutro de toxikos, arco e flecha. Toxion pharmakon: flechas envenenadas. Pharmakon: veneno e cura. Porém, é mais um algoritmo do que uma ambiguidade. Um procedimento. Um começo; um fim. Uma droga injetada e o seu efeito narcótico. O corpo masculino é penetrado pela flecha da masculinidade, um conceito, mas um conceito não transitivo, já que recusa ser penetrado, pois é ele que penetra.” (MKW)
 
“Um corpo que escreve é um corpo que fode. Há assimetrias peculiares nas formas como os corpos podem foder: dominador e dominado, por cima e por baixo, penetrador e penetrado, escritor e leitor, macho e fêmea, masculino e feminino, trans e cis, e por aí fora. Estas diferenças infiltram-se na forma como os corpos escrevem e influenciam a sua expressão.” (MKW)
 
Abrir aquilo a que se chama corpo e espraiar todas as suas superfícies: não apenas a pele com cada um dos seus vincos, rugas, cicatrizes, com os seus grandes planos aveludados… Ou, não podendo ser desdobrado, esfolá-lo, expô-lo, deixando depois que alguma outra superfície pouse nele, senti-lo, manuseá-lo, penetrá-lo. O corpo como algo para ser exposto, desembrulhado e possuído.” (JFL / MKW)
 
“Os lógicos chineses criaram este enigma: um cavalo tem cinco patas. Temos as quatro patas que se podem observar no cavalo, mais o conceito de pata. Isso dá cinco. A linguagem mexe com a carne; a lógica mexe com a linguagem.” (MKW)
 
“O monstro de Frankenstein parece monstruoso precisamente porque ele/aquilo está situado na fronteira entre o humano e o não-humano. A mistura de dimensões humanas e não-humanas é o que constitui a sua monstruosidade. Desde a sua conceção, o monstro era suposto ser um verdadeiro espelho do seu criador humano, mas o resultado do processo de génese científica, iniciado pelo cientista Victor Frankenstein, tornou-se em algo bastante diferente.” (PBP)
 
“Diferentes como são, os sexos misturam-se. Em cada ser humano ocorre uma vacilação entre um e outro sexo, e muitas das vezes são apenas as roupas que preservam a aparência masculina ou feminina, quando por baixo delas o sexo é precisamente o oposto do que está por cima.” (VW)
 
“Gostaria de propor um novo termo, um que tem estado em falta há demasiado tempo: ‘circunclusão’. Denota o antónimo de penetração. Refere-se ao mesmo processo físico, mas a partir de uma perspetiva oposta. Esta palavra, ‘circunclusão’, permite-nos falar de forma diferente sobre certas formas de sexo. Precisamos dela porque a aflição da penetração ainda é a regra.” (BA)
 
“Aqueles momentos em que o mundo vibra num ritmo lento. O teu corpo, e o meu, sangue, saliva, o papel de parede rasgado, tudo numa amálgama esborratada.” (MKW)
 
“As tecnologias de visualização não têm limite aparente. O olho de qualquer primata comum, como nós, pode ser infinitamente aprimorado por sistemas de sonografia, ressonância magnética, sistemas de manipulação gráfica ligados à inteligência artificial, microscópios eletrónicos de varredura, scanners de tomografia computorizada, técnicas de realce de cores, sistemas de vigilância por satélite, terminais de visualização de vídeo em casa e no escritório, câmaras para todos os fins, desde filmar a membrana mucosa que reveste a cavidade intestinal de um verme marinho que vive nos gases das fendas entre placas continentais até mapear um hemisfério planetário noutro local do sistema solar. Nesta era tecnológica, a visão transforma-se em gula descontrolada.” (DH)
 
“Alguns códigos semiotécnicos da feminilidade branca heterossexual pertencentes à ecologia política farmacopornográfica do pós-guerra: As Mulherzinhas, a coragem de uma mãe, a Pílula, o cocktail hiper-carregado de estrogénios e progesterona, a honra das virgens, A Bela Adormecida, bulimia, o desejo de ter um filho, a vergonha em ser desflorada, A Pequena Sereia, silêncio perante uma violação, Cinderela, a imoralidade suprema do aborto, bolos e bolachas, saber fazer um bom fellatio, bromazepam, a vergonha de ainda não ter acontecido, E Tudo o Vento Levou, dizer não quando se quer dizer sim, não sair de casa, ter mãos pequenas, as sapatilhas de ballet de Audrey Hepburn, codeína, cuidar do cabelo, moda, dizer sim quando se quer dizer não, anorexia, saber em segredo que o que realmente nos atrai é a nossa melhor amiga, medo de envelhecer, a necessidade de estar constantemente em dieta, o imperativo da beleza, cleptomania, compaixão, cozinhar, a sensualidade desesperada de Marilyn Monroe, a manicure, não fazer barulho ao andar, não fazer barulho ao comer, não fazer barulho, o algodão imaculado e carcinogénico dos Tampax, a certeza de que a maternidade é um vínculo natural, não saber chorar, não saber lutar, não saber matar, não saber muito ou saber muito mas não conseguir dizê-lo, saber esperar, a elegância contida de Lady Di, Prozac, medo de ser uma cadela com o cio, Valium, a função do fio dental, saber como conter-se, deixar-se ser penetrada no ânus sempre que necessário, resignação, depilação cuidada das partes íntimas, depressão, sede, pequenas bolas cheirosas de lavanda, o sorriso, a mumificação viva do rosto liso da juventude, o amor antes do sexo, cancro da mama, ser uma mulher sustentada, ser deixada pelo marido por uma mulher mais jovem…” (PBP)
 
Como explicar o que me está a acontecer? Que fazer com este meu desejo de transformação? Que fazer com todos os anos em que me defini como feminista? Que tipo de feminista sou hoje: uma feminista dependente de testosterona, ou um corpo transgénero dependente do feminismo? Aceitar o facto de que a mudança que está a acontecer em mim é a metamorfose de uma era. (PBP)
 
Um dos valores inventados pela burguesia e disseminados pelo mundo foi o homem – e todos vimos no que deu. (AC / MKW)
 
Nenhuma delas será capaz de suportar ver-te com os olhos revirados, as pálpebras cortadas, os teus intestinos amarelecidos a fumegar espalhados nas cavidades das tuas mãos, a tua língua escarrada da boca, os longos hilos verdes da tua bílis a escorrerem sobre os seios, nenhuma conseguirá suportar o teu riso baixo, frenético e persistente. O brilho dos teus dentes, a tua alegria, a tua dor, a vida oculta das tuas vísceras, o teu sangue, as tuas artérias, as tuas veias, as tuas cavidades ocas, os teus órgãos, os teus nervos, a sua rotura, o seu jorrar, a morte, a lenta decomposição, o cheiro a ser devorado pelos vermes, o teu crânio aberto. (MW)
 
“Foi necessário fechar o ânus para sublimar o desejo pansexual, transformando-o no vínculo social, da mesma forma que foi necessário cercar os bens comuns para demarcar a propriedade privada. Foi assim que nasceram os homens heterossexuais: são corpos com ânus castrados.” (PBP)
 
“Não se nasce mulher, torna-se mulher.” (SB)
 
“Julgo que, por ter percebido o que o casamento significava para a minha avó e porque a amo, não consigo amar sexualmente outro ser humano nem sequer aceitar o amor de outro ser humano. Se tiver de amar, por desespero ou desesperadamente, só consigo compreender o amor quando este surge associado a ódio.” (KA)
 
“Acompanhem-me: As mudanças que estamos a testemunhar no capitalismo caracterizam-se não apenas pela transformação do ‘género’, ‘sexo’, ‘sexualidade’, ‘identidade sexual’ e ‘prazer’ em objetos de gestão política da vida (como Foucault suspeitara na sua descrição biopolítica dos novos sistemas de controlo social), mas também pelo facto de essa gestão em si ser realizada através das novas dinâmicas do tecno-capitalismo avançado, dos media globais e das biotecnologias.” (PBP)
 
“Com certas aranhas, a fêmea carrega os ovos consigo num invólucro de seda até que estes eclodam. Ela é muito maior e mais forte que o macho e pode matá-lo e devorá-lo após a cópula, como faz um inseto, o louva-a-deus, em torno do qual se cristalizou o mito da feminilidade devoradora – o ovo castra o esperma, o louva-a-deus assassina o marido, atos que prenunciam um sonho feminino de castração. O louva-a-deus, contudo, mostra a sua crueldade, em especial quando está em cativeiro; e em condições naturais, quando está livre e com abundância de alimento, raramente se alimenta do macho. Se o faz, é para possibilitar a produção de ovos e desse modo perpetuar a espécie, da mesma forma que a formiga fertilizada e solitária muitas vezes come alguns dos seus próprios ovos face à mesma necessidade.” (SB)
 
“A Kathy costumava sentar-se de pernas cruzadas no chão de madeira, vestindo apenas uma camisola de alças e cuecas. De costas para a parede. A luz do sol a iluminá-la. Um caderno de argolas no colo. Um olhar de completa concentração. Aquelas letras bem vincadas na página, uma a uma. Escrevendo cada letra com o máximo cuidado e com aquele estilo de menina de colégio privado dos anos cinquenta. Uma mão na caneta; a outra nas cuecas. Ambas a tremer ritmadamente. Num estado elevado, seguindo apenas o fluxo, sem atingir o clímax. Ciclos microorgásmicos dando ritmo à caligrafia, e até mesmo ao próprio texto. Até terminar.” (MKW)
 
“No final do século XIX, as leis que criminalizavam a sodomia espalharam-se por toda a Europa. A ‘diferença sexual’ foi visualmente codificada como uma verdade anatómica. As trompas de Falópio, as glândulas de Bartholin e o clitóris foram definidos como entidades anatómicas. Uma das diferenças políticas elementares do Ocidente (ser homem ou mulher) poderia ser resumida por meio de uma simples equação: se alguém tinha ou não, ao nascer, um pénis com um centímetro e meio de comprimento.” (PBP)
 
“Começo a rapar a minha cabeça, começando à frente e avançando para trás, depois do meio para a esquerda e depois para a direita. Inclino-me para a frente para que as madeixas caiam sobre a mesa. Abro o saco de plástico e coloco o cabelo lá dentro. Desligo a máquina e ajusto-a para pente zero. Coloco uma folha de papel branco na mesa e volto a ligar a máquina, passando-a novamente por toda a minha cabeça.” (PBP)
 
“Não me lembro de quase nada; a Internet lembra-se de quase tudo. Tudo o que resta é o quase.” (MKW)
 
“O conceito do corpo não é o seu género. O conceito do corpo é a morte.” (MKW)
 
A citação é sempre uma castração: a falta de autoridade do autor tornada evidente pelo falo, a presença de uma outra autoridade.” (VP)
 
“O verdadeiro objetivo do capitalismo de hoje é o controlo farmacopornográfico da subjetividade, cujos produtos são a serotonina, o tecnossangue e outros produtos sanguíneos, a testosterona, os antiácidos, a cortisona, os antibióticos, o estradiol, o tecnoleite, o álcool e o tabaco, a morfina, a insulina, a cocaína, os óvulos humanos in vivo, o citrato de sildenafila (Viagra) e todo o complexo material e virtual que participa na produção de estados mentais e psicossomáticos de excitação, relaxamento e descarga, bem como de omnipotência e controlo total.” (PBP)
 
“A História é uma narrativa que os entusiastas da cultura ocidental contam uns aos outros; a ciência é um texto contestável e um campo de poder; o conteúdo é a forma. Ponto final.” (DH)
 
 
 
Agradecimentos: À Inês Cardoso, da Skhema, pelo pretexto; à Marinela Freitas, do ILCML, pelo contexto; ao Paulo e Ricardo, da Livraria Aberta, pelo intertexto; e ao Luís Trigo, do CODA, pelo prot”ex”to.
 

Autor, curador e tradutor de (ciber)literatura experimental, membro cofundador de d1g1t0 indivíduo_colectivo [https://wreading-digits.com/], Membro integrado do ILCML, Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, e investigador no CODA - Centre for Digital Culture and Innovation (FLUP, Universidade do Porto). Em 2018, doutorou-se em Materialidades da Literatura, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com tese dedicada à análise de interfaces hápticas enquanto elementos expressivos em literatura computacional. É membro do MATLIT LAB, Laboratório de Humanidades da Universidade de Coimbra. https://wreading-digits.com/site/pt/membros/diogo-marques/

Membro cofundador de d1g1t0 indivíduo_colectivo, João Santa Cruz é programador de aplicações móveis com experiência em desenvolvimento web. Dedica-se ainda à composição, produção e exploração de ambientes sonoros, conjugando a sonoplastia a par com a programação de interfaces dinâmicas. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pela UTAD e Mestre em Software Open Source pelo ISCTE. [http://joaosantacruz.com/jz5/]

Número #06
1. eu visto o que vesti ao manequim
2. Ernesto Sampaio: A Presciência como Inesgotável «Fonte de Relâmpagos»
3. im ítiri í di timinhi di im pinhi
4. os olhos nas mãos, a cabeça no coração
5. a longevidade do grito
6. aurora rua. otherness. tura tura.
7. trilogia do até amanhã, e assim por diante
8. [Sem a valorização do perigo de perder certezas e a procura do desconforto, não há Leitura Furiosa]
9. Listening and Metamorphosis in the Choreographic Work “Hieronymus Bosch: The Garden of Earthly Delights” (2016): an Interview with Dancer Valeria Galluccio (Compagnie Marie Chouinard)
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